A fonte de recursos do Banco do Cidadão secou?

Como o Pedro Verdino guarda o assunto a sete chaves, vale fazer uma provocação. Em que pé está a situação da fonte de recursos do Banco do Cidadão?

Para quem não sabe, desde o início da gestão Téo, o banco não recebe um tostão sequer para realizar suas ações. Entenda-se por “ações” do Banco do Cidadão um dos projetos mais importantes para inclusão social da população de baixa renda de Alagoas através do microcrédito.

Até o ano passado, os recursos vinham do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (um dos raros casos de boa aplicação do polêmico Fecoep!), mas o secretário de Planejamento, Sérgio Moreira, decidiu suspender a aplicação do fundo até a implementação da Agência de Fomento.

O problema é que não foi criada nenhuma solução alternativa para apoiar o Banco do Cidadão. Pedro Verdino, presidente do banco, vem tentando buscar recursos em outras fontes, mas não sei se conseguiu. De toda a sorte, o governo do Estado deveria pensar – rápido – numa forma de continuar apoiando o banco, uma das poucas instituições benéficas e honestas por aqui…

O poder revolucionário do microcrédito

O Valor Econômico de hoje veio com uma reportagem belíssima e pertinente, que mostra como a filosofia do microcrédito é a melhor saída para as comunidades pobres. Em Quixadá, no Estado do Ceará, os moradores criaram um banco comunitário para financiar os pequenos negócios informais do local.

 

Sob a marca “Banco de Desenvolvimento da Califórnia” foi o modelo escolhido pelo Banco do Nordeste (BNB) para emprestar a quem estava de fora até mesmo do microcrédito tradicional. Este é um produto dentro do Crediamigo para atender a classe E, um nicho em que mais de 60% dos clientes recebem Bolsa Família.

 

O microcrédito se sobressai aqui como uma saída para as redes de proteção dos programas federais, o que o banco define como “entrada para a inserção econômica”. E o governo está levando isso a sério, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) já está trabalhando um projeto-piloto com o BNB e Ministério do Trabalho para criar novas linhas de crédito direcionada ao público do Bolsa-Família.